quinta-feira, 31 de maio de 2007
Eu e você
Mas não são de gente
Eu ouço um martelar de braços... mecânicos
Eu vejo crescer a produção...
De pobres e desempregados
Eu vejo crescer o número...
De assassinatos oceânicos
Eu vejo o cair da noite
Eu vejo o cair do céu
E eu vejo tudo isso
Do meu quarto de hotel
Eu vejo crescer contrários
Eu mando crescer a repressão
Eu posso comprar otários
E cada um vira mais um peão
Você nada pode fazer
Tira o corpo fora
E deixa acontecer
Você fala em solução
Mas Deus já se cansou
Ta na hora da ação
Isso te incomoda
Mas hoje em dia é moda só reclamar
Então você reclama porque sabe que
Na cama ainda pode gozar
E enquanto você descansa
Eu preparo uma dança
Da qual você ainda vai dançar
E no outro dia você levanta
Vê que o galo não canta
E quando olha na rua
Acha estranho tanta gente não estar mais aqui
Marcelino
Para alguém especial
parabéns
Te amo
Poema dedicado pra alguém muito especial pra mim!!!
Enxerguei nos seus olhos
Tudo que o mundo tem de bom a oferecer
Um verde esmeralda que me fez emudecer
Nem o brilho equivalente à duas libras esterlinas
Ofuscam a cor dos seus olhos e tua beleza feminina
E eu louco já sonhei que você era minha menina
Não há diamante equivalente que possa provocar
A paralisia momentânea do encontro com teu olhar
Teu modo leve e simples de falar e se expressar
É tão puro e magnífico que eu não consigo detalhar
Se eu pudesse descrever de alguma forma quando te vi qual foi o impacto
Seria como colocar as 7 maravilhas do mundo no mesmo porta-retrato
Cada qual em seu lugar como cenas de uma peça de teatro
Que ao juntar-se no final revelam o mais belo espetáculo
Sua voz com um tom mágico me agrada mesmo quando me ataca
E eu fico tentando descobrir como ter pra sempre comigo esta marca
Marcelino
terça-feira, 29 de maio de 2007
Amor em desconcerto
Tudo fica mais difícil, tudo perde a cor
Murcham as rosas, faltam palavras
E a vida perde calor
Quando se espera amor da pessoa errada
A vida fica mais cruel, fica mais complicada
Ninguém chega a unidade, não se tem mais uniões
Falta felicidade, sobram corações
Quando ninguém acredita em amar você
É um assassinato coletivo que não vão perceber
Todos perguntam onde está sua alegria
E qual a graça que há em sofrer
Quando quem sem ama não quer que você a ame
Diz que não quer que você sofra, que você se engane
Destrói toda estrada que você construiu
Congela seu coração e agua seu sangue
Quando alguém ama e não é amado
Só vê injustiça, se sente prejudicado
E a sua alma gêmea lhe torna azarado
Está na hora certa, mas no lugar errado
Todo amor perdido
É um poeta aprisionado
Num canto esquecido
Dum coração desocupado
Todo amor escondido
É um arranha-céu tombado
Sem sua potência
Um entulho amontoado
Todo amor incompreendido
É um filho abandonado
Procurando a mãe verdadeira
Vivendo infeliz adotado
Marcelino
A vida e o saber
Nada do que você sabe lhe será útil a vida toda
Mas tudo que você sabe lhe será útil em algum momento
Não menos inteligente que aquele que sabe tudo
É aquele que usa tudo que sabe
Tão importante quanto quem sabe como nos salvar
É aquele que sabe como evitar essa necessidade
Nunca será necessário saber de tudo, mas
Tudo que você souber será necessário
Quanto maior o saber
Mais próximo se está do fim da vida
Pois para saber
É preciso estudo e conhecimento que levam algum tempo
Portanto,
Não queira saber de tudo, pois quando souber.
Não haverá o que aprender, o que estudar.
E sua vida certamente chegará ao fim
Quem sabe nem haverá tempo de usar sua sabedoria
Para terminar
Tudo que sabes só lhe é útil,
Até o momento em que souber de coisas novas e mais complexas
E se esquecer que só aprendeu
Porque sabia o básico e útil pra desenvolver seu saber
domingo, 27 de maio de 2007
Lua de vidro
É o fato de eu não ser tão bom
A ponto de ser igual
Mas ser tão capaz
A ponto de criar algo novo
Há muito tempo que o vento não sopra a meu favor
Há muito tempo nada está a meu dispor
Há muito tempo o Sol não me traz mais calor
Mas mesmo assim me mantenho contente
Pois as coisas boas demoram pra acontecer
As melhores acontecem de repente
Se hoje sofro por algo que entreguei meu amor
E que na verdade não valia uma gota do meu suor
Agradeço porque sei que ainda há algo melhor
Fico feliz toda noite quando mesmo triste eu me deito
E agradeço pelo que consegui, mas durmo ainda insatisfeito
Pois essa força da vida que alimenta meu peito
Diz que quando tudo que se quer, se tem, se morre
E entregamos a morte nossa vida
Que é nosso maior direito
Se para muitos a morte ainda é um dilema
E para outros a vida ainda é um problema
A mim só uma coisa corrói
Quando devo terminar um poema?
Marcelino
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Não vou desacreditar
Porque o papai Noel não existe
Porque o final do filme é triste
Porque a guerra consiste
Mas eu não vou desacreditar
Eu não vou desacreditar
Porque a doença não tem cura
Porque a água não é pura
Porque o salário não dura
Mas eu não vou desacreditar
Eu não vou desacreditar
Porque minha única certeza é a morte
Porque eu não sou o mais forte
Porque a minha bússola não aponta o norte
Mas eu não vou desacreditar
Eu não vou desacreditar
Porque eu sei que existe salvação
Porque ainda bate no peito um coração
Porque podemos fazer uma modificação
Por isso eu não vou desacreditar
Marcelino
Vida eterna
Quero saber o que mais existe
Além dessa dor no coração
Não importa se ela não me quis
Eu quero mais é viver feliz
Vou viver com mais emoção
Tem gente por toda parte
É impossível que me falte
Por muito tempo uma paixão
Todo mundo se diz contente
Mas na verdade a maioria mente
Como podem ser feliz na solidão
Eu sei que não me basto
Hasteio no mais alto mastro
A bandeira da união
Até que a morte nos separe
É algo que pra mim não vale
Não quero que a felicidade acabe
Com essa triste intervenção
Eu que vivo sempre apaixonado
Não quero viver preocupado
Com o dia da extrema unção
Não quero saber eu vou a luta
Vou provar da melhor fruta
Antes que acabe a produção
Pois a vida é muito curta
E mesmo com uma boa conduta
Não existe prorrogação
E se você precisar de ajuda
Pra ver se sua vida muda
Estarei a disposição.
Marcelino
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Condecorações
Quero me encher de bactérias
Da preguiça e da satisfação
Sempre que a gente tem alguma conquista
Risca um objetivo da lista
E fica sorrindo satisfeito
Achando que tem uma medalha no peito
Qualquer um rala a semana inteira
Mas esquece de tudo quando chega a sexta-feira
E vai com os amigos pra uma mesa de bar
Um ambiente relaxante onde pode comemorar
Comemorar o quê?
Até agora a gente nada ganhou
Comemorar o quê?
Se tudo que eles nos deram a gente já pagou
Cada centavo que eu consigo guardar
Só ganha valor quando eu resolvo gastar
E sempre tem algo que eu tenho vontade de ter
Mas não posso comprar porque ele não vale o que valeu pra eu ter
Então eu fico sem nada parado na escada
E acabam minhas férias e eu na paupérria
Levanto e vou buscar a medalha
Que sumiu, sumiu, sumiu
E pra onde ninguém viu...
Marcelino
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Quem me dera
Como eu peço ai quem me dera
Que com um pássaro se entrega
E como navega um barco a vela
Deixar que o vento da vida me leve
Até o momento certo de dizer tudo que sinto por ela
Como eu quero ai quem me dera
Como eu peço ai quem me dera
Viver uma vida longa e bela
Se reunir todo dia pra comentar o que fiz ontem com a galera
Viver todo dia do casamento
Como o primeiro dia de paquera
Quem me dera como eu quero
Quem em dera como eu peço
Que todo mundo conseguisse ingresso
Pro que vai sobrar do mundo que a gente está criando
Que a lua fosse minha amiga e me desse acesso
Até aquele coração que se esconde me chamando
Quem me dera como eu peço
Quem me dera como eu quero
Ter a arte de Arnaldo e Grande Otelo
A beleza da Praça da Sé e o carisma do Cristo Redentor
E mais que isso, ter você aqui e compartilhar do teu amor.
Marcelino
terça-feira, 22 de maio de 2007
Espera
Esse poema é de uma amiga que pediu para que eu postasse aqui...
Espero que gostem.
Amanhã tem mais
Abraços
Ela conduz a noite,
Ela te guia até o luar...
Ela não é apenas,
Uma miragem no deserto,
Ela te ilumina com o olhar.
Ela cessará sua dor,
Te trará calma...
Sua vida,
É uma jóia sem brilho,
Mas seu jeito é o reflexo de sua alma.
E ela é livre,
Livre como seus sonhos...
Ela é livre,
E bela
Como pétalas de flores multicoloridas.
Ela espera um tipo de milagre,
Espera há tanto tempo...
... E espera um dia se salvar
Antes de se despedaçar no vento.
By Janaína
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Pena
Estou tentando reunir alguns amigos pra postar aqui, aos poucos o pessoal tá aceitando participar...
Por favor quem puder ajude a divulgar...
Desde já agradecemos
Abraços
Eu sinto pena
Porque você não é capaz
Está sempre com um pé atrás
Sem coragem de apostar
Eu sinto pena
Dessa sua mesmice
Dessa sua caretice
Parece que nunca vai mudar
Eu sinto pena
Da sua criatividade
Da sua visibilidade
Que você não sabe usar
Eu sinto pena
Da sua energia
Da sua garantia
Que você já soube conquistar
Eu sinto pena
De você ser tão barato
De você ser insensato
E uma pequena oferta te levar
Eu sinto pena
Da sua falta de autoconfiança
Da sua forma de criança
Aceitando tudo que vão te falar
Eu sinto pena
Do seu calendário
Está sempre sem horário
E nunca para pra relaxar
Eu sinto pena
Desse seu cansaço
Nunca rende um espaço
Pra alguém te enxergar
Eu sinto pena
Desse seu medo
Entrega todo segredo
Pra quem quer se aproveitar
Eu sinto pena
Porque você não consegue calar minha boca
Porque você não demonstra nenhuma força
E me deixa com razão
Marcelino
sábado, 19 de maio de 2007
Teatro de Cabriolés
Da destoada cantoria de públicos frios;
Aplaude-se ao rei de ninguém;
Um outrora cenário teatral repleto de vazios:
A marca de um tempo que não mais convém.
E de cantos e rodopios vive a colombina;
A espera de um Pierrot que se embriaga em versos;
Mas de todos os universos-seu amado desafina;
E desatina submerso a cantar a Colombina.
E no teatro espetacular, tragédia é bobagem;
Dentre os foliões de marchinhas, sibilas contente;
Algo que não se aguente, rameira alguma teria coragem;
E na bagagem do Teatro de cabriolés, está o coração da gente.
Porém dos versos curtos faz-se a peça do rei de ninguém;
Os aplausos fictícios voltam a soar;
E dentre todos que cá estiveram, só lhes resta um,porém;
O menino que ao maravilhar o teatro, sente-se no direito de sonhar.
E cá está o menino;
Que ao sentir o teatro ir-se de mar em mar,
Voltou a pensar na Colombina e no bêbado Pierrot a cantar;
Pôs-se à estrada ao dispor da arte;
Ele sou eu.
By Devair
Poema com continuação
E o pensamento controverso
De como ele surgiu
E a luneta também alinha o centro
E acerta o alinhamento do eixo principal
A caneta é até hoje um dos maiores inventos
Que transmite meus pensamentos
Pra uma folha de papel
E a caneta quando é feita com talento
É um dos mais belos movimentos
Tão lindo quanto um chapéu
O dinheiro ainda é um elemento
Que não tem explicação
Vai embora rápido e leve como o vento
Mas chega pesado e lento
Como a buzina de um caminhão
A poesia
Arte tão rara hoje em dia
É ainda quem diria
A mais bela e pura forma de expressão
E o poeta
Sempre em seu mundo isolado
Vive eternamente concentrado
A busca de inspiração
E quando se abre pro mundo afora
Numa cerveja que entorna
Cada vez mais fácil ele forma
Uma bela composição
E o homem todo dia em sua luta
Por uma vida mais sábia e culta
Esquece que a cultura
Vem com conhecimento
E o conhecimento com aproximação
E a janela que revela
No interior uma planície bela
Na minha casa um morro alto
Onde todo dia me falto
De tanta indagação
Eu pergunto ao meu colchão
Porque há uma busca nele pela perfeição
Será que é porque a vida não está num compasso perfeito
Então eu quero ser perfeito quando me deito
Pra poder olhar pela janela
Pegar minha luneta
Sentar no meu colchão
Empunhar a caneta
Pra buscar inspiração
Fingir-me um poeta
Tentar fazer dinheiro
E acordar na hora que a poesia quase veio
Mas parou
Pelo barulho do caminhão
Que saiu daquele morro alto e feio
Ah se a planície fosse à forma perfeita de terreno
Eu viveria em eterno devaneio
Mas com meu conhecimento pequeno
Logo cairia num momento de repetição
E terminaria meu último poema como esse
Sem saber o que dizer pra não repetir
Tudo aquilo que eu já disse
Marcelino
Garantia
Descubro que você já pensa em alguém
Toda vez que eu quero você
Descubro que outro já te tem
Não garanto que eu sou quem mais vai te fazer feliz
Não garanto que comigo você vai se sentir bem
Mas na vida a gente tá sempre a apostar
E o que a gente mais deseja sempre termina com amém
Toda vez que olho pra você
Percebo que você olha pra um lado qualquer
Toda vez me aproximo de você
Percebo que não é tão perto que você me quer
Não te garanto que pra sempre vou te amar
Não te garanto que todo dia vou te reconquistar
Mas se eu soubesse o que os céus reservam pra mim
A vida perderia a graça num estopim
Toda vez que quero te ver
Você está vendo algo mais legal
Toda vez que quero dizer algo pra você
Você me diz que não quer ouvir nada muito banal
Não garanto que você vai gostar do que vou dizer
Não te garanto que vou dizer só pra você
Mas se você garantir que não mente
Quando diz que também pensou isso de mim
Eu garanto que a vida
Vai nos dar uma felicidade sem fim
Marcelino
Ser feliz
Na terra prometida
Tanto amor prometido
Numa terra perdida
Tanto combustível gasto
Pra se viver a vida
Tanta vida gasta pra se fazer gasolina
Tanto ouro gasto pra se fazer um colar
Tanto colar gasto pra poder amar
Tanto amor desperdiçado pra ser feliz
Tanta felicidade fingida com quem nunca se quis
Ser feliz Ser feliz
Tanta inteligência gasta pra se conhecer
Tanto conhecimento pra se evoluir
Tanta evolução feita pra se destruir
Tanta destruição feita pra ser feliz
Ser feliz Ser feliz
Tanta proparoxítona pra se acentuar
Tanto assento pra se sentar
Tanta gente sentada pra decidir
Como a gente vai ser feliz
Ser feliz Ser feliz
Marcelino
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Tempo ao tempo
O tempo tem o tempo certo
Dê tempo ao tempo
E tudo será descoberto
Dê tempo ao tempo
E céu sempre estará aberto
Dê tempo ao tempo
E o tempo cuidará do resto
O relógio só anda pra frente
E a velocidade embora pareça nunca é diferente
Mas se todo mundo sempre quer o contrário
Por que tanto preconceito com o sentido anti-horário
Quando acharam necessário
Criaram a marcha ré
Mas a observação pra usá-la no tempo
Esuqeceram de anotar no rodapé
O homem é o único culpado
Por criar sua necessidades
Mas tudo que ele cria fica tão chato
Depois de uma certa idade
Andar, brincar, trabalhar, se aposentar
Tudo isso ele busca com ansiedade
Mas quando consegue só pensa em voltar...
Será que essa viagem no tempo
Não nos tiraria a memória
E nós escreveríamos do mesmo jeito a história?
Se uma chance de voltar me fosse dada por um momento
Faria duas vezes tudo aquilo que já fiz
Sem nenhum ressentimento
O homem só viverá com felicidade e sem tormento
Quando o relógio da vida
For à prova d'água e do tempo
Marcelino
Fuga pessoal
Por que tanta gente se pergunta
E pouca gente vai à luta
Corre atrás pra conseguir o que quer
Por que pouca gente que batalha
A maioria joga a toalha e diz
Que não consegue porque o destino não quer
Por que tanta gente se confunde
E diz que a vida é tão rude
E nunca tem chance de se realizar
Mas não entende que uma prece
É como uma nuvem de poeira
Que se pequena o vento pode até carregar
Mas se o desejo é grande
Essa nuvem se expande
Vira uma pedra que a gente tem que carregar
E cada dia uma trombada
E ela fica mais pesada
Mas a gente nunca pode dela largar
Por que pouca gente acorda cedo
Espanta o frio afasta o medo
Encontra um lugar pra sua pedra deixar
Por que pouca gente sabe
Que a sorte é a capacidade
De saber aproveitar as oportunidades
Que a gente mesmo vai criar
E que só vem com a nossa luta
Por uma vida mais justa
Onde a gente só tem a ganhar!!!
Marcelino
Primeira postagem ouvindo Mutantes...não podia ser melhor