sábado, 20 de junho de 2009

Sou um louco quando
Não estou conversando
Quando tudo que eu digo
Sou eu mesmo que escuto

E nada é absurdo
E o tudo não é tudo
E procuro o absoluto
Olhando o céu estrelado
E não encontro nada
No teto infiltrado
Da minha cabeça pífia

E da massa cinzenta
De cimento e idéias
Que não dá liga nenhuma

Marcelino
Tome esta canção pra ti
Não é todo dia que te vejo sorrir
E se ela te ajuda quando a tristeza vem
Leve-a no bolso, e no coração quem te quer bem

Leve esta canção e cante
Sempre confiante quando sentir aflição
E entenda que por encomenda não se tem amor

Pra sempre e como for minha querida,
Te quero mais que amiga
Te quero como amor

Marcelino
Um dia desses conversando com o tempo
Tive a chance de perguntar
Coisas que todo mundo têm por dentro
Se remoendo pra soltar
Por que tudo acontece no tempo certo,
Mas sempre acontece fora de lugar

Por que eu conheci o jazz quando queria ser popular,
Por que eu fiz sucesso quando queria repousar,
Por que demorei tanto pra falar,
Por que arrumei emprego quando não tinha quem presentear

Por que ganhei um beijo sem dinheiro pra pagar o cinema,
Por que me equilibrei na bicicleta quando ela era pequena,
Por que amei quando não tinha ninguém pra amar

Por que só escrevi bem quando não tinha ninguém pra ler,
Por que só tive felicidade quando devia morrer,
Por que só sorri duvidando que ela fosse me esquecer

Por que perdi o sono à noite e dormi no trabalho,
Por que perdi a hora na segunda e acordei cedo no feriado,
Por que blefei pra minha mãe e apostei tudo no baralho

Por que nasci latino-americano quando não tinha dinheiro no banco,
Por que arrumei vaga no time quando meu pé estava manco,
Por que só falta freio no meu carro na descida do barranco?

Marcelino

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Aquarianos

É chato comemorar sempre a vitória
Viver num mundo de todo contente
Embora viver só na glória
Seja um pré requisito pra Gente

Já é sabido da história
Que nunca foi diferente
Grande, o que dá a esmola
Pequeno, o que sofre doente

Me sinto um caramujo no aquário
Sobrevivendo da sujeira que bóia
Sendo visto como um otário
Por tornar excrementos em jóia
Satisfaço nesses momentos
Minhas necessidades de glória

Marcelino

Ilusões

Ilusões de ótica são nada
Comparada às ilusões da alma
Quem pode entender na hora
As ilusões que alma forma?

Quantos "deja vus" apaixonados
Quantas finalizações tristes
Mostram que as ilusões da alma insistem
Em te levar ao que está errado

Resultados diferentes das intenções
Precipitados em momentos diversos
Causados por pensamentos dispersos
Formados sob domínio das emoções

Oh! Por que isso comigo meu Deus
Sofrer desse dom, castigo
Não quero mais passar perigo
Quero apenas enxergar com os olhos meus!

Marcelino