segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Aos que ocupam a história

Devanir, temeram tua luta.
Hoje temem seu nome.
Pra sempre temerão seu exemplo! 

Porque foste na engrenagem da história
Um dente rebelde que doía e sangrava
Mas que suportava todos os golpes
De alicates arrancando
De paus perfurando
De cordas sufocando
De lonas ocultando
Tua carne e teus ossos
Mas que não caía
Pois suas raízes estavam profundas
Na terra regada ao sangue dos trabalhadores e trabalhadoras
Onde mantivera seus pés firmes
Mesmo sobre o óleo que corria das fábricas
E fizera escorregar tantos outros
Cegados pelas miragens da ilusão de classes

homens de ontem e de hoje
Que de uma forma ou de outra

Apontaram suas armas - ontem e hoje
Contra o povo e contra seus irmãos

A mesma terra do ABC
Que germina tua semente
Produz frutos da tua qualidade
Como os que estiveram ontem
Arrancando ervas daninhas do conformismo
Perfurando a terra em solidariedade
Sufocando o individualismo
Ocupando os espaços roubados pelo capitalismo

Os alicates cortaram as cercas
Os paus apoiaram aqueles que vacilavam
E as cordas que uniram as famílias
Sob a lona da noite que se desfazia
Enquanto a ocupação crescia
E lembrava os teus anos de luta Devanir
Temperados com o sal da terra e o calor do Sol

Os mesmos soldados iludidos e enganados
Fizeram as lonas cair
Mas se teu nome não foi apagado depois de quarenta anos
Não vão destruir nem apagar os planos
Daquelas que, ainda que humanos,
São mais fortes que as máquinas
Mais duras que as engrenagens
E com ou sem dentes
Vão mudar a marcha da história
E no fim,
Irão sorrir.

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