sábado, 19 de janeiro de 2013

Poema forçado às seis da manhã

Sente aqui, por favor, que eu quero lhe contar
Essas horas todas de viagem foram suficientes pra pensar
Na vida que eu deixei pra trás
Na vida que eu quero levar e te levar
E muito mais

Não que eu tivesse de acabar com outras dúvidas
Nem que precisasse brigar com coisas miúdas
Mas eu morro de pavor se eu só sonhar
E não pensar
E mais

Sente aqui com seu amor e venha me acompanhar
Deixe de lado a sua bagagem e olhe o que eu quero lhe mostrar
Veja o rio e aquela outra margem
É lá que nós temos que estar e nos amar
E muito mais

Não que aqui eu vivesse descontente
Ou que eu não te amasse o suficiente
Mas eu morro de pavor se eu só pensar
E não sonhar
E mais

Sente aqui, só comecei, eu quero lhe apaixonar
Pela minha paisagem e as figuras de linguagem que eu costumo usar
A sinestesia metafórica dos meus elogios
O eufemismo hiperbólico dos meus sonhos vadios
E mais, e mais
E muito mais

Marcelino

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