domingo, 24 de junho de 2007

Navegações

Meu amor é como uma nau
Que errante se lança ao mar
Buscando um porto tranqüilo
Sem idéia de onde vai encontrar

Cruzando com monstros mitológicos
E tempestades que vem brincar
Me levando a portos sólidos
Onde outras naus estão a descansar

A correnteza não é amiga
Vem sempre pra me levar
A terras firmes mas obscuras
Com rios estreitos que não deixam navegar

Alguns portos me vêem pirata
Não permitem a mim ancorar
Esperando por outras naus
Que partiram sem prometer voltar

Muitas vezes encontrei portos
Que por sorte ninguém estava a habitar
Mas que mantinham grandes esforços
Evitando qualquer nau de se aproximar

Por fim caí em desgosto
Que mal Poseydon vim lhe causar?
Pra que estivesse tão disposto
A por tantas perturbações pra me afrontar

Então numa noite de trevas
Baixei as velas e fui me deitar
Esperando que fosse aquela
A última dança que fosse participar

Mas quando acordei tive de sorrir
Ao ver o mar tão límpido onde fui parar
Com águas tão rasas e azuis
Que me afastaram do desejo de naufragar

Então me vi tão risonho
Pra realizar meu sonho só bastava esperar
Pois meu coração largou a nau e,
Construiu um porto pra alguém ancorar

Marcelino

sábado, 23 de junho de 2007

Metafísica 2

Hoje me apeguei a uma questão
Que fez me reunir com meus pensamentos
E pra formar uma opinião
Tive de isolar-me por alguns momentos

Oh! Meu Deus desculpe a preocupação
Mas ficaste rebatendo em minha cabeça como tabela
Será que em algum momento de indagação
Percebeste como sua criação é bela

O que dizer de um pássaro que voa
Sobre uma lagoa de forma singela
E uma floresta de mata fechada
Que por tanta vida que há embaixo zela

O que dizer de um homem que ama
E faz tudo por uma dama
Mesmo sem o reconhecimento dela
E não pede nada em troca a não ser,
A felicidade pra ela

O que dizer do céu, do mar, das flores
Da música, poesia, serenata feita à capela
O que dizer dos sons e das cores
E dos ypês de flores amarelas

Mas minha questão era maior
Como pode Deus não estar na Terra
Ou será que como diz Pessoa
Deus em tudo se revela?

Marcelino

terça-feira, 19 de junho de 2007

Declínios na alegria

Faço o que acho certo pelo simples motivo de saber que vai dar errado!!!
Depois fico assim...
Momento Fernando Pessoa da vida

Fazer tudo e não conseguir nada
Querer fazer e não conseguir
Existir e não viver
Isso é a vida?

Isso é lamentação
Não, é reflexão

É reflexão de um momento
Um momento em que lamento
Lamento correr atrás do que não quer acontecer
E quando acontecer saber que vou deixar passar

Ah sou tão bom nisso
Pena que nada quer acontecer
Se eu não correr atrás não terei nada a fazer
Não poderei refletir e lamentar

Ah essa perturbação
Essa corrupção da vontade de não fazer
Que me trás vontade de fazer

E vontade de fazer só o que me faz feliz
E o que me faz feliz não me faz feliz
E eu viro um animado deprimido
Então não fazer nada eu decido

Mas nada é algo tão complicado
Tenho medo de morrer
Não de morrer perder a vida
Mas de morrer por parar de viver

Deve ser terrível morrer vivo
E viver morto então deve ser pior
Como conseguiria viver sem fazer nada
Nem que seja fazer a coisa errada

E no fim ver que foi errado pra mim
Mas que alguém está feliz assim
E não ter coragem de destruir a alegria de ninguém
Só pra ser alegre também

Então fica tudo pela metade
E nada acaba de verdade
Então me bate uma necessidade de refletir
E de buscar viver

E refletindo volto a lamentar
E não vivo naquele momento
E não viver me dá uma vontade
Vontade de achar um argumento
Que possa me trazer nova vida

Um novo argumento que vai ajudar
A me fazer viver até que
Chegue o momento em que o fim não será feliz
E isso me dá uma vontade de não terminar...

Marcelino

domingo, 17 de junho de 2007

História de um amor

Há quanto tempo não escrevia...
Voltei com uma quase biografia
Biografia momentanêa
Tudo que eu queria dizer pra alguém mas não consegui

Era um menino
Muito esperto
Sempre de olho aberto
Prevendo tudo que ia acontecer

E esse menino
Tinha um caderno, onde
Escrevia palavras sinceras
Sobre o que queria viver

E esse menino
Um dia viu-se tão perto
E esteve tão certo
Do que queria ter

Ela era uma menina esbelta
Tão rara e perfeita
A ponto de enlouquecer

E essa menina
Era tão desperta
Tinha uma idéia concreta
Do que iria fazer

E o menino
Ficou tão perplexo
E pegou num reflexo
Seu caderno pra escrever

E o menino
Escreveu com encanto
Demonstrando ainda o espanto
Da beleza que acabara de ver

E o menino
Anotou no canto
Aquele que se tornou um dia santo
Uma data pra nunca esquecer

E o menino
Usou a capa do caderno como manto
Pra proteger o tempo quanto
Fosse necessário pra poder dizer

E a menina
Que dava prazer de uma conversa
Estava também submersa
Num amor que a fazia sofrer

E a menina
Passou ao menino
Uma sensação adversa
Que o fez querer esquecer

E o menino
Percebeu graças a um amigo
Que o maior perigo
Seria deixar aquele amor morrer

Então o menino
Pensou consigo e decidiu
Que para aquele poema antigo
Tinha chegado a hora de transparecer

E então quis o destino
Deixar a honra e o dever comigo
De esse poema terminar de escrever
Com Você

Marcelino

domingo, 10 de junho de 2007

A que ponto chegamos?

Essa crônica é de uma grande amiga!(Corrigindo o erro anterior depois de quase apanhar)
Bela escritora e que permitiu que eu postasse isso aqui!!!
Sorte nossa hehe
Bjos Gi

Como podemos querer legalizar a morte ao nosso próximo, ou pior, às crianças?
Vale a pena matar um ser, muitas vezes, para sanar nossas burradas?
E vejam bem!
Nada do que escrevo aqui, é pra defender uma visão religiosa ou política, e sim, por que me desespero perante as tristes noticias que vejo e não concordo...

Como assim, legalizar o aborto?
Como as mães podem, simplesmente, querer matar seu filhos?

Se elas podem matar aos próprios filhos (sem mencionar que se trata de uma criança ainda sem defesa alguma) dentro da própria lei, que lei julgará quem matar uns aos outros?

Na nossa atual sociedade, crianças com seus 11, 12 anos já têm relações sexuais e ainda por cima se tornam mães e pais precocemente...Se realmente houver legalização deste crime, imagina o que se passará pela cabeça destas crianças-adolescentes: “Ah! Vamos transar mesmo!
Qualquer coisa eu aborto!”

Será o caos total... Famílias com bases sólidas já nem existirão mais...E ainda por cima, essa semana minha infeliz xará (só de nome viu gente!) Gisele Bundchen, lança na imprensa que é a favor do aborto e que com 4 meses de vida, o feto não tem vida, sentimentos e etc...

Me desculpem!
Posso ser burra a ponto de não conseguir entender o que se passa...

.Mas ainda bem que não sou uma top model!

Melindrosa

sábado, 9 de junho de 2007

Jardim dos amores

Passei uma faze revoltada agora voltei aos velhos tempos de amor e paz.

Escrevo cartas que ocupam folhas inteiras
E as linhas parecem estreitas demais
Quantos sonhos que me inspiram
E quantas idéias que eu deixo pra trás

Parece utopia sonhar em tê-la
E nos teus braços descansar em paz
E minha coragem que ainda é pequena
Só me leva a escrever mais

Minhas gavetas já estão pequenas
Mas minha cabeça não quer saber
Jogo fora as roupas que comprei
Pros encontros que eu sonhei em ter

Eu sei que você não sabe
E nem pensa isso de mim
Mas é na sombra da indiferença
Que eu encontro força pra sobressair

Mas guardo as rosas até a hora
Em que nesse jardim você venha me perceber
Mas se você não chegar na primavera
Pode ser que eu só tenha espinhos a oferecer.

Marcelino

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Rosas

É meu aniversário!!!ae
Poema bonito hoje hahaha


As rosas não falam
Exalam perfumes que,
Pra quem tem o costume
Parecem sempre iguais

Por isso as rosas
Abrem botões
Que são corações esperando,
Que alguém consiga ver algo mais

E seus espinhos que são
Apenas proteção contra,
Quem tem a intenção
De sua beleza roubar

Suas raízes procuram
Sempre uma terra mais pura onde,
Possam encontrar apoio e fartura
Para crescer sem se curvar

E seu pólen que espera
Se tornar cera, mel de abelha e ainda reprodução
É o mais puro dom da natureza
Colocado a mesa para apreciação

Marcelino

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Ciência

Eu me mantenho entre o céu e o inferno
Não tenho um crucifixo embaixo do terno
Já tentei provar que Deus não existe
Pra mim consegui mas ninguém admite

Estou aqui para o bem de todos e da nação
Para doenças sem cura, procuro salvação
Descobri a idade da Terra, da humanidade e do ar
E sei até quando tudo isso vai durar

Achei que os astros podiam nos ajudar
E que nossas vidas eles podiam mudar
Mensagem pra eles eu tentei enviar
Mas estão demorando pra chegar

Já tive muitos nomes ao longo dos anos
Os meus amigos eram chamados de profanos
Eles foram queimados, assassinados por tiranos
Mas são os mais lembrados

Já vivi nas cavernas, com os índios e os astecas
Ensinei o mundo a escrever com as teclas
Meus nomes são usados no dia-a-dia
Biologia, psicologia, tecnologia

Meu objetivo é salvar vidas e curas achar
Fui usada por alguns pra dizer como matar
Cumpri todos meus objetivos com consciência
De ter cumprido meu papel ao ser chamada de ciência

Marcelino

domingo, 3 de junho de 2007

Tudo que quero

Eu queria ser escritor
E com as palavras poder viver
Tudo aquilo na minha vida
Que eu não conseguir fazer

Eu queria ser inventor
Criar um disco voador
Que me levasse até Deus
Pra mostrar alguns inventos meus

Eu queria ser um padeiro
Alimentar o mundo inteiro
Ser o primeiro a levantar pela manhã
Fazer do mundo meu divã

Eu queria ser professor
Pra ensinar e aprender
Um pouco daquilo que na vida
É essencial a gente saber

Eu queria ser missionário
Fazer da minha vida um diário
De vitórias e conquistas
Ajudar quem nunca está na lista

Eu queria ser criança
Manter sempre uma esperança
De fazer tudo que quero
Não deixar só na lembrança

Eu queria ser um palhaço
Fazer sempre melhor do que eu faço
Dar em todos um abraço
E ver cada um conquistar o seu espaço

Eu queria trabalhar no Metrô
Escolher pra onde vou
Garantir que os meus filhos
Caminhem sempre em bons trilhos

Eu queria ser gari
Limpar a sujeira que existe aqui
Quem sabe com a cidade limpa
Uma nova chance se pinta

Queria ser motorista, cobrador ou passageiro.
Músico, socialista, não precisar de dinheiro.
Queria ser químico, mecânico ou um simples vagabundo.
E saber por que a gente se preocupa com coisas tão banais
E deixa o amor sempre no fundo

Tudo isso é difícil conquistar
Mas um dia eu chego lá
E até onde eu conseguir
Vai ajudar quem está por vir
E era justamente isso
Que eu queria poder fazer aqui.

Marcelino

sábado, 2 de junho de 2007

Primeira crônica

No último dia 30 fez um ano desde a morte da minha avó...

E minha mãe fez 50 anos no mesmo dia...

Coincidências da vida, questões tristes e clássicas a parte lá vamos nó de novo!!!



Hoje acordei despertado pelo telefone, uma das piores formas de ser acordado.
Nenhuma raiva no mundo se compara à de ser acordado por um telefone que toca ao seu lado.
Não sei porque não fazem telefones com campainhas que contam carneirinhos, talvez porque eles tocam pra ser notados e atendidos, e se contassem carneirinhos, antes do 2º seriam impulsivamente ignorados.
Mas minha raiva não para por aí...
Pior que ser acordado por uma campainha mais chata que a Luciana Gimenez, é ter que levantar para atender sabendo que não é pra você, sabendo que ninguém liga pra você uma hora dessas.Por que seus amigos nuncam te ligam(uma pausa para chorar minha semi-inexistência...calma já vou levantar meu ânimo) e porque se fossem seus amigos não te ligariam essas horas...
Calma ainda tem coisa pior que isso!Hoje estou me esforçando para ver as coisas ruins desse aparelho que eu odeio.
Ser acordado pelo telefone um dia depois daquela entrevista que você fez para o emprego que tanto sonha.Ah, não tem coisa pior...Você levanta correndo para mostrar serviço antes mesmo de ser contratado, aí atende ofegante mostrando que estava dormindo e invertendo a impressão que queria dar;e do outro lado alguém diz:
-Filho...apaga o fogo do feijão que eu vou demorar...
E você volta triste para o seu quarto e ainda não pode dormir por causa do feijão.
Ah não queria terminar asim e acabei lembrando da distância que o telefone nos coloca das pessoas...Isso já foi dito muitas vezes mas ninguém consegue medir esse impacto.
Trocar o dinheiro da pasaagem do ônibus pra ver um velho amigo, ou da cerveja que ia tornar o papo mais alegre, por dois minutos no celular onde metade é perdido dizendo "ois" e "tchaus".
Essa distância se tornou o mais longe possível quando fui mais uma vez acordado pelo maldito telefone, e ao atender junto com minha mãe-aniversariante do dia-recebi a notícia da morte da minha avó.
É talvez por isso que não goste de telefone, ele não tem ombros pra se apoiar, mão spra se apertar, nem boca pra se beijar.

E talvez a menor distância seja entre um toque e outro...

Marcelino