Romperam de
vez quando ele colocou o ventilador ao lado da mala.
Era o sinal
de que não havia mais amor.
Dormir um de
costas para o outro era justificável naquele verão infernal.
Mas ali
estava a separação. Era o exemplo de toda a individualidade dele. De toda sua
falta de empatia. Acima de tudo – falta de compaixão.
Por isso ele
nem se ressentia em tomar o caldinho que fica quando o sorvete derrete. E a
expressão que ele fazia quando ela pedia o último gole da cerveja antes de
saírem do bar.
E sem paixão
o que sobra do amor?
Agora ele
espera o metrô na plataforma.
Sentado em
cima da mala. Não olha vagamente.
Tem os olhos
fixos no ventilador. Analisa os danos.