quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Uma dança, um amor, uma dor

Qualquer semelhança com Chico Baurque é mera coincidência... mas estou tentando sim!!!

Você se faz de desentendido
Dis que não há motivo
Pra eu me emburrar
Eu bem sei

Depois do caminho percorrido
Achei que fossêmos amigos
Mas já quis acelerar
Não sei por quê

Você estava parado
Eu cheguei de papo furado
Te chamando pra dançar
Não sei por quê

Você disse que não queria
Que dali observaria
Só queria relaxar
Eu bem sei

Eu fiquei te fitando
Outra menina chegando
Cochichando em seu ouvido
E você saindo pra dançar

Eu acho que é minha culpa
Como pude ser tão burra
Oferecida e coisa e tal
Nem eu sei

Fico com o coração aflito
Com o peito doído
Enquanto você vai aproveitar
Eu bem sei

Sei que mais dia menos dia
Vou te dizer o que queria
E você vai me beijar
Não sei por quê

E vou sonhar feliz
Com o que você me diz
Antes de me deixar
Eu já sei

Marcelino
Por que esse nome deram
Pra algo tão obscuro
Que todo mundo espera
Por isto chamado futuro?

Pra muitos o pedido é comum
Normalmente entrar no rol
Das modelos a desfilar pelo mundo
Ou dos jogadores de futebol

O futuro me reservou uma surpresa
E então me formou poeta
Que como cigano com cartas na mesa
Equilibro na cabeça as palavras em ordem certa

O futuro é algo em que não acredito
E que não existe em mim
Pois ainda que seja um mito
O presente nunca terá fim

Enquanto alguns pedem que o futuro
Venha curto como a espessura de um papel
Peço que pra mim venha como fazer um furo
Lento e passante numa parede de quartel

Vejo nesse inexistente futuro
Um quase inevitável tropeço
Que se quisermos derrubar o invisível muro
Devemos fazer de hoje um inesquecível começo

Marcelino
São Paulo
Cidade técnica, cidade correta, cidade precisa
São Paulo
Vida corrida, vida intensa, vida sofrida
São Paulo
Avenidas extensas, avenidas intensas, avenidas unidas
São Paulo
Pessoas diferentes, pessoas emergentes, pessoas prestativas

São Paulo
Prédios imensos, com fluxo propenso a todo crescimento
São Paulo
Com carros potentes, motores ferventes e freios impotentes, pra toda essa movimentação
São Paulo
Com carisma inigualável, cultura invejável, força incalculável
São Paulo
Com dramas indispensáveis, eventos inimitáveis, surpresas impensáveis

São Paulo é só emoção, é só coração, é quase uma nação

São Paulo, será que eu conseguiria viver fora dessa situação?
São Paulo, exalando inspiração

Marcelino
Não posso, não consigo, não tenho
Com o que me divertir
Não acho, pelejo, não vejo
Motivo pra sorrir

Não sei por que não me vem
Sentimento que me faça bem
Não dá, não posso imaginar
Algo com que possa sonhar

Só vivo dores um momento ruim
Nem tudo é flores, mas por que é assim

O orgulho é entulho pra quem não pode ganhar
A embriaguez é embrulho, Elvis pode provar
Chocolate é bagulho
I'm back from Mauá

Não há mais sorriso ou Sol
Sou um caramujo só
Um Chuck Berry sem ré, nem si, nem dó
Um Pessoa perdido no hall

Aonde eu mexo não tem nada pra encontrar
Quem eu desejo não quer me amar

Marcelino
Eu confesso que já fiz
Algo que me deixasse feliz

Já fiz diferente
Já ajudei muita gente
já corri atrás da bola
Já pulei o muro da escola
Já escrevi um poema
Já assisti trailer de cinema

Eu já amei
Eu já criei
Eu já matei

Já disse eu te amo
Já furei um cano
Já assoei o nariz
Mas nem tudo me deixou feliz

Já usei o dicionário
Socorram-me subi no ônibus em Marrocos ao contrário
Disse o que não devia dizer
Não tive nada pra fazer

Já dormi sem tomar banho
Me embebedei na virada do ano
Já assisti seriado
Aproveitei o feriado
Me sujei de barro
Já comprei um carro

Já andei de bicicleta
Fiquei com a pessoa certa
Escrevi besteira até acabar a folha
Errei muitas das minhas escolhas

Mas nem tudo me fez feliz

Marcelino

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Luzia Lulu
Eu não posso te ter
Você quer ser minha

Mas eu nasci sem sorte
Sou pobre, desavantajado e alegre
Coisa que pouca gente consegue

Por isso talvez você me queira tanto
E tanta gente nos veja com espanto
E isso espantou seu amor
Eu vi seu coração descendo na correnteza do rio

Luzia Lulu
Nunca mais te encontrei
Você me deixou, cai na armadilha, me formei

Formei minha vida, mas
Não se sinta esquecida
Nem mesmo depois que morrer

Você vai saber, minha linda
Que mesmo depois da sua partida
Vou sempre te esperar

Sei que não sou elegante
Não sou nada apaixonante
Pouco tenho pra encantar
Só que poucos amam como eu
E vão aceitar sempre antes
A vontade de Deus

Luzia Lulu
Te deixo esse registro
Do que tenho de mais bonito
Mesmo sem valor para o mundo
Só sei te amar

Marcelino

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Samba de Paris

Ah que beleza!!!
Toda vez que meu bem fala à la francesa

Gourmet, merci beaucoup
Moi, i love you
Toda vez
Que mon chéri fala francês

Eu que sou brasileiro
Patriota e corinthiano
Estremeço inteiro
Quando meu bem
Diz eu te amo

Ma fille, menu
Se isso te faz feliz
Vou te levar para Paris

Eu que sou paulistano ( de coração)
Me abalo
Quando ela diz
Que prefere são Paulo

Marcelino
Levanta, levanta e vai trabalhar
Não fica parado esperando ajuda
Levanta que a vida é dura
Levanta e vai se virar

Não adianta ficar aguardando
Vê que a chance tá passando
E não é hora de bocejar
Lava essa cara de sono
Para de fingir abandono
Vai pra depois não chorar

Levanta que ainda tá cedo
Deixa pra outra hora o medo
Que ainda tá cedo pra temer
Então corre pra não se arrepender

Marcelino
Tenho amor pra dar e vender
Preciso encontrar alguém
Que queira pagar pra ver
Que tenha coração pra receber
Que entende meu amor por silepsia
Que reflita minha vida por poesia

Meu amor já não dou mais
Porque já cansei de sofrer
Quanto mais eu distribuo, ele some
Mas volta a aparecer

Ah se você quisesse o meu amor
Talvez eu desse todo dia
Um verso e uma flor
Pois pra quem não queria
Tu virastes agonia de homem sofedor

E como era boa de papo e filosofia
Me deixou ainda de fiador
E eu que pago por ter tanto amor
Pra dar e vender

Marcelino
O que eu quero é não fracassar
Não me perder, me descontrolar
Ao te encontrar

Você que é doce caseiro
Feita da cera mais pura
Um céu de brigadeiro
Aconchegando a Lua

O que eu quero é não fracassar
Não esquecer o que tenho pra dizer
Não te agarrar, te beijar
E perder a chance de te ter

Marcelino

Sonho de uma noitede chuva ácida

Vai ser a salvação
Quando o homem estiver em extinção

Já pensou que beleza
Um mundo sem complicação
A natureza reinando com destreza
Controlando o poder da criação
E o homem com as cartas na mesa
Vai ficar com certeza com cara de bonachão

Já não vai haver mais guerra
E tudo que há na Terra vai voltar à união
As engrenagens que hoje emperram
E as chaminés que berram
Vâo ficar sem profissão

Marcelino
Onde estará aquela menina
Que é a essência da minha vida
Que transborda inocência, decência
E a minha paciência já não pode suportar

Onde estará esta que é a mais bela
Que meus olhos podem avistar
Não há nesse mundo ou em tela de aquarela
Composição mais linda de se apreciar

Onde estará ela que é o encanto
E a causa do meu canto
Por quem meu coração não para de saltar
E eu no meu canto não me canso
E já tenho como vicío, quando me levanto
Lembras todos os santos
Que todo dia eu sonho com ela me casar

Do meu coração eu tenho exprimido e imprimido
Os mais diversos e bonitos, cada vez mais compridos
Versos pra explicar
Pra essa donzela
Que eu só lhe quero amar

Marcelino