domingo, 27 de setembro de 2009

Onde

Busco o estudo que mais me agrada
O sustento com o que me satisfaz
O descanso em minha própria casa
O divertimento onde me apraz
Só peco onde não poderia errar
Procuro o amor onde não está!!!

Marcelino

sábado, 12 de setembro de 2009

Abusada

Te fiz acordar cedo
Acordei de madrugada
Pra pegar a estrada
Rumo à Terra do sossego

A chuva veio junto
Acompanhou nosso passeio
Um dia meio morimbundo
Alterou nosso roteiro

Chegamos à sua casa
Até a alma ensopada
Usei teu sabonete, banho quente
Me sequei com sua toalha

Usei sua pasta de dente
Larguei tua cama bagunçada
Teus discos me embalaram
Me sustentou tua macarronada

Só te dispensei quando dormi de madrugada
Mas não te dei descanso nem nos meus sonhos
Onde um rapaz muito prendado
Apareceu assim meio risonho

Anunciando o bom tempo
Uma segunda-feira ensolarada
Não dei chance pro lamento
Não pude reclamar de nada
Só tive bons momentos
E quando me achava abusada

Você me calou com uma poesia
E eu muda de alegria
Só pude responder:
- Obrigada!

Marcelino

Grande idéia

Acabei de ter uma grande idéia:
Por que você não vai fundo e tenta ser feliz
Sei que não tenho bons argumentos
Lembra que meu perfume é muito amadeirado pra você

E hoje eu prometo que não vou mais beber
Eu acho que consigo, mas é que
Às vezes eu preciso de companhia pra viver

Cheguei de madrugada em casa
Só porque insisti em te deixar a salvo
Tudo bem eu percebi,
Que o mundo não gira em torno de mim
E isso vai fazer eu ser ainda mais feliz

Me prometa que continuaremos
Trocando os nossos livros
Mesmo com o passar dos anos

Eu quero ter uma enorme biblioteca
E alguém que entenda o que escrevi
E se você quiser posso te indicar
Uma canção de amor

Marcelino

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pra falar a verdade

E pra falar a verdade
Eu nem queria lhe escrever
Sei da sua pouca vontade
Em me perceber
Mas é única a oportunidade
Você vai entender

Por maior recompensa, ou tesouro
Fiz tudo que você me pediu
Te entreguei de mão beijada à outro
E você me sorriu
Me deixou uma cerveja na mesa
E outra paga pra minha consolação

E ao te ver sorridente
Queimou-me a ira que eu tinha
Não pude conter entre os dentes
E assim linha por linha escrevi este bilhete
Pra que o garçom te entregue quando você voltar

E pra não fazer desfeita
Terminei a cerveja e risquei teu nome da lista
Foi a forma perfeita
De selar tua conquista
Meu plano de vida- tua felicidade
Eu que um dia fui tachado de chantagista

Espero ser perdoado
E que esse cara ao teu lado
Faça melhor que eu faria

Marcelino
Tenho memórias recentes do que não aconteceu
Talvez esteja sofrendo da praga de Romeu
De nunca ter concluídas as coisas do coração

Quem sabe seja a síndrome de Platão
Nunca alcançar a alegria inteira
Só felicidade pela felicidade alheia

Uma medalha de honra pelo serviço prestado
Um lugar no altar, bem ao seu lado e um
Parágrafo no discurso agradecido por ter te mostrado
A melhor pessoa do mundo

E eu onde entro nessa história, será
Que só no álbum de memórias
Dos tempos da faculdade
Onde a gente prometia que iria alimentar
Nossa amizade pra nunca definhar
Aqueles velhos planos de vida

Você pensava em se casar, eu sonhava em ter filhos
Você não queria arriscar, eu corria sobre os trilhos
E quem acabou mais feliz?

Ainda hoje agradeço por ter te conhecido
Pelos momentos divididos, e ter confirmado
Que eu vim para servir

E do almoço de domingo eu não posso reclamar
Aquele molho branco você tem que me ensinar
Talvez eu conquiste alguém pela barriga
E ainda minha amiga
Não se preocupe a culpa não é sua

Eu só não soube me expressar

Marcelino
Hoje me peguei chorando
Sozinho em frente a televisão
Como pôde algo que eu faço a tanto tempo
Me causar tamanha emoção

Quantas vezes fiz a mesma coisa
Nunca senti nada diferente
Mas hoje estourou essa bolha
Pude me ver frente a frente

Cansei de buscar o impossível
Se o possível já é demais pra alcançar
Olhe só o tamanho do dicionário
E eu nem sei o be-a-bá

Eu que pensei que sabia amar
Não chego aos pés de uma personagem
Mas talvez se eu pudesse demonstrar
Melhoraria a minha imagem

Só escrever poesia não é nada
Chega de orações, vamos aos atos
Ensaio não encanta ninguém
O que vale é o que se faz no palco

Marcelino