domingo, 9 de setembro de 2007
Amortanasia
Não adiantava o alarde
Nem querer se divertir
Por obrigação
Descobriu meio sem jeito
Que perdera o direito
De escolher se continuava ao leito
Ou deitava em um caixão
Não bastavam as lembranças
Pois acabaram as esperanças
Que foram as penúltimas a morrer
Deixando-o na solidão
Não era mais um gigante
Não sabia se seguia adiante
Perdeu tudo que tinha antes
Inclusive o prêmio de consolação
Não adiantou fazer história
Pois perdera a memória
E lutar pela vitória
Já não era sua decisão
Não chorava nem sorria
Não aguentava nem doía
Não acordava nem dormia
Não existia comparação
Não perguntava -O que eu fiz?
Não mandava no nariz
Não sentia-se feliz
Se ocupava de desocupação
Quando alguém lhe perguntava
Ele não argumentava
Apenas admirava
Como naquela ocasião
Quando tomado pelo amor
Colheu apenas uma flor
E sentiu uma grande dor
A dor da traição
E parou por um momento
Pra fugir desse tormento
Se jogou dúvida a dentro
Como única solução
E já não era mais ele quem decidia
Se vivia ou dormia
E a família já sabia
Que tinha morrido um coração
E quando seu fim chegou
Ele se cumprimentou
Pois ao mundo ele provou
Quanta dor o Amor
Pode causar ao coração.
Marcelino
domingo, 24 de junho de 2007
Navegações
Que errante se lança ao mar
Buscando um porto tranqüilo
Sem idéia de onde vai encontrar
Cruzando com monstros mitológicos
E tempestades que vem brincar
Me levando a portos sólidos
Onde outras naus estão a descansar
A correnteza não é amiga
Vem sempre pra me levar
A terras firmes mas obscuras
Com rios estreitos que não deixam navegar
Alguns portos me vêem pirata
Não permitem a mim ancorar
Esperando por outras naus
Que partiram sem prometer voltar
Muitas vezes encontrei portos
Que por sorte ninguém estava a habitar
Mas que mantinham grandes esforços
Evitando qualquer nau de se aproximar
Por fim caí em desgosto
Que mal Poseydon vim lhe causar?
Pra que estivesse tão disposto
A por tantas perturbações pra me afrontar
Então numa noite de trevas
Baixei as velas e fui me deitar
Esperando que fosse aquela
A última dança que fosse participar
Mas quando acordei tive de sorrir
Ao ver o mar tão límpido onde fui parar
Com águas tão rasas e azuis
Que me afastaram do desejo de naufragar
Então me vi tão risonho
Pra realizar meu sonho só bastava esperar
Pois meu coração largou a nau e,
Construiu um porto pra alguém ancorar
Marcelino
sábado, 23 de junho de 2007
Metafísica 2
Que fez me reunir com meus pensamentos
E pra formar uma opinião
Tive de isolar-me por alguns momentos
Oh! Meu Deus desculpe a preocupação
Mas ficaste rebatendo em minha cabeça como tabela
Será que em algum momento de indagação
Percebeste como sua criação é bela
O que dizer de um pássaro que voa
Sobre uma lagoa de forma singela
E uma floresta de mata fechada
Que por tanta vida que há embaixo zela
O que dizer de um homem que ama
E faz tudo por uma dama
Mesmo sem o reconhecimento dela
E não pede nada em troca a não ser,
A felicidade pra ela
O que dizer do céu, do mar, das flores
Da música, poesia, serenata feita à capela
O que dizer dos sons e das cores
E dos ypês de flores amarelas
Mas minha questão era maior
Como pode Deus não estar na Terra
Ou será que como diz Pessoa
Deus em tudo se revela?
Marcelino
terça-feira, 19 de junho de 2007
Declínios na alegria
Depois fico assim...
Momento Fernando Pessoa da vida
Fazer tudo e não conseguir nada
Querer fazer e não conseguir
Existir e não viver
Isso é a vida?
Isso é lamentação
Não, é reflexão
É reflexão de um momento
Um momento em que lamento
Lamento correr atrás do que não quer acontecer
E quando acontecer saber que vou deixar passar
Ah sou tão bom nisso
Pena que nada quer acontecer
Se eu não correr atrás não terei nada a fazer
Não poderei refletir e lamentar
Ah essa perturbação
Essa corrupção da vontade de não fazer
Que me trás vontade de fazer
E vontade de fazer só o que me faz feliz
E o que me faz feliz não me faz feliz
E eu viro um animado deprimido
Então não fazer nada eu decido
Mas nada é algo tão complicado
Tenho medo de morrer
Não de morrer perder a vida
Mas de morrer por parar de viver
Deve ser terrível morrer vivo
E viver morto então deve ser pior
Como conseguiria viver sem fazer nada
Nem que seja fazer a coisa errada
E no fim ver que foi errado pra mim
Mas que alguém está feliz assim
E não ter coragem de destruir a alegria de ninguém
Só pra ser alegre também
Então fica tudo pela metade
E nada acaba de verdade
Então me bate uma necessidade de refletir
E de buscar viver
E refletindo volto a lamentar
E não vivo naquele momento
E não viver me dá uma vontade
Vontade de achar um argumento
Que possa me trazer nova vida
Um novo argumento que vai ajudar
A me fazer viver até que
Chegue o momento em que o fim não será feliz
E isso me dá uma vontade de não terminar...
Marcelino
domingo, 17 de junho de 2007
História de um amor
Voltei com uma quase biografia
Biografia momentanêa
Tudo que eu queria dizer pra alguém mas não consegui
Era um menino
Muito esperto
Sempre de olho aberto
Prevendo tudo que ia acontecer
E esse menino
Tinha um caderno, onde
Escrevia palavras sinceras
Sobre o que queria viver
E esse menino
Um dia viu-se tão perto
E esteve tão certo
Do que queria ter
Ela era uma menina esbelta
Tão rara e perfeita
A ponto de enlouquecer
E essa menina
Era tão desperta
Tinha uma idéia concreta
Do que iria fazer
E o menino
Ficou tão perplexo
E pegou num reflexo
Seu caderno pra escrever
E o menino
Escreveu com encanto
Demonstrando ainda o espanto
Da beleza que acabara de ver
E o menino
Anotou no canto
Aquele que se tornou um dia santo
Uma data pra nunca esquecer
E o menino
Usou a capa do caderno como manto
Pra proteger o tempo quanto
Fosse necessário pra poder dizer
E a menina
Que dava prazer de uma conversa
Estava também submersa
Num amor que a fazia sofrer
E a menina
Passou ao menino
Uma sensação adversa
Que o fez querer esquecer
E o menino
Percebeu graças a um amigo
Que o maior perigo
Seria deixar aquele amor morrer
Então o menino
Pensou consigo e decidiu
Que para aquele poema antigo
Tinha chegado a hora de transparecer
E então quis o destino
Deixar a honra e o dever comigo
De esse poema terminar de escrever
Com Você
Marcelino
domingo, 10 de junho de 2007
A que ponto chegamos?
Bela escritora e que permitiu que eu postasse isso aqui!!!
Sorte nossa hehe
Bjos Gi
Como podemos querer legalizar a morte ao nosso próximo, ou pior, às crianças?
Vale a pena matar um ser, muitas vezes, para sanar nossas burradas?
E vejam bem!
Nada do que escrevo aqui, é pra defender uma visão religiosa ou política, e sim, por que me desespero perante as tristes noticias que vejo e não concordo...
Como assim, legalizar o aborto?
Como as mães podem, simplesmente, querer matar seu filhos?
Se elas podem matar aos próprios filhos (sem mencionar que se trata de uma criança ainda sem defesa alguma) dentro da própria lei, que lei julgará quem matar uns aos outros?
Na nossa atual sociedade, crianças com seus 11, 12 anos já têm relações sexuais e ainda por cima se tornam mães e pais precocemente...Se realmente houver legalização deste crime, imagina o que se passará pela cabeça destas crianças-adolescentes: “Ah! Vamos transar mesmo!
Qualquer coisa eu aborto!”
Será o caos total... Famílias com bases sólidas já nem existirão mais...E ainda por cima, essa semana minha infeliz xará (só de nome viu gente!) Gisele Bundchen, lança na imprensa que é a favor do aborto e que com 4 meses de vida, o feto não tem vida, sentimentos e etc...
Me desculpem!
Posso ser burra a ponto de não conseguir entender o que se passa...
.Mas ainda bem que não sou uma top model!
Melindrosa
sábado, 9 de junho de 2007
Jardim dos amores
Escrevo cartas que ocupam folhas inteiras
E as linhas parecem estreitas demais
Quantos sonhos que me inspiram
E quantas idéias que eu deixo pra trás
Parece utopia sonhar em tê-la
E nos teus braços descansar em paz
E minha coragem que ainda é pequena
Só me leva a escrever mais
Minhas gavetas já estão pequenas
Mas minha cabeça não quer saber
Jogo fora as roupas que comprei
Pros encontros que eu sonhei em ter
Eu sei que você não sabe
E nem pensa isso de mim
Mas é na sombra da indiferença
Que eu encontro força pra sobressair
Mas guardo as rosas até a hora
Em que nesse jardim você venha me perceber
Mas se você não chegar na primavera
Pode ser que eu só tenha espinhos a oferecer.
Marcelino
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Rosas
Poema bonito hoje hahaha
As rosas não falam
Exalam perfumes que,
Pra quem tem o costume
Parecem sempre iguais
Por isso as rosas
Abrem botões
Que são corações esperando,
Que alguém consiga ver algo mais
E seus espinhos que são
Apenas proteção contra,
Quem tem a intenção
De sua beleza roubar
Suas raízes procuram
Sempre uma terra mais pura onde,
Possam encontrar apoio e fartura
Para crescer sem se curvar
E seu pólen que espera
Se tornar cera, mel de abelha e ainda reprodução
É o mais puro dom da natureza
Colocado a mesa para apreciação
Marcelino
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Ciência
Não tenho um crucifixo embaixo do terno
Já tentei provar que Deus não existe
Pra mim consegui mas ninguém admite
Estou aqui para o bem de todos e da nação
Para doenças sem cura, procuro salvação
Descobri a idade da Terra, da humanidade e do ar
E sei até quando tudo isso vai durar
Achei que os astros podiam nos ajudar
E que nossas vidas eles podiam mudar
Mensagem pra eles eu tentei enviar
Mas estão demorando pra chegar
Já tive muitos nomes ao longo dos anos
Os meus amigos eram chamados de profanos
Eles foram queimados, assassinados por tiranos
Mas são os mais lembrados
Já vivi nas cavernas, com os índios e os astecas
Ensinei o mundo a escrever com as teclas
Meus nomes são usados no dia-a-dia
Biologia, psicologia, tecnologia
Meu objetivo é salvar vidas e curas achar
Fui usada por alguns pra dizer como matar
Cumpri todos meus objetivos com consciência
De ter cumprido meu papel ao ser chamada de ciência
Marcelino
domingo, 3 de junho de 2007
Tudo que quero
E com as palavras poder viver
Tudo aquilo na minha vida
Que eu não conseguir fazer
Eu queria ser inventor
Criar um disco voador
Que me levasse até Deus
Pra mostrar alguns inventos meus
Eu queria ser um padeiro
Alimentar o mundo inteiro
Ser o primeiro a levantar pela manhã
Fazer do mundo meu divã
Eu queria ser professor
Pra ensinar e aprender
Um pouco daquilo que na vida
É essencial a gente saber
Eu queria ser missionário
Fazer da minha vida um diário
De vitórias e conquistas
Ajudar quem nunca está na lista
Eu queria ser criança
Manter sempre uma esperança
De fazer tudo que quero
Não deixar só na lembrança
Eu queria ser um palhaço
Fazer sempre melhor do que eu faço
Dar em todos um abraço
E ver cada um conquistar o seu espaço
Eu queria trabalhar no Metrô
Escolher pra onde vou
Garantir que os meus filhos
Caminhem sempre em bons trilhos
Eu queria ser gari
Limpar a sujeira que existe aqui
Quem sabe com a cidade limpa
Uma nova chance se pinta
Queria ser motorista, cobrador ou passageiro.
Músico, socialista, não precisar de dinheiro.
Queria ser químico, mecânico ou um simples vagabundo.
E saber por que a gente se preocupa com coisas tão banais
E deixa o amor sempre no fundo
Tudo isso é difícil conquistar
Mas um dia eu chego lá
E até onde eu conseguir
Vai ajudar quem está por vir
E era justamente isso
Que eu queria poder fazer aqui.
Marcelino
sábado, 2 de junho de 2007
Primeira crônica
E minha mãe fez 50 anos no mesmo dia...
Coincidências da vida, questões tristes e clássicas a parte lá vamos nó de novo!!!
Hoje acordei despertado pelo telefone, uma das piores formas de ser acordado.
Nenhuma raiva no mundo se compara à de ser acordado por um telefone que toca ao seu lado.
Não sei porque não fazem telefones com campainhas que contam carneirinhos, talvez porque eles tocam pra ser notados e atendidos, e se contassem carneirinhos, antes do 2º seriam impulsivamente ignorados.
Mas minha raiva não para por aí...
Pior que ser acordado por uma campainha mais chata que a Luciana Gimenez, é ter que levantar para atender sabendo que não é pra você, sabendo que ninguém liga pra você uma hora dessas.Por que seus amigos nuncam te ligam(uma pausa para chorar minha semi-inexistência...calma já vou levantar meu ânimo) e porque se fossem seus amigos não te ligariam essas horas...
Calma ainda tem coisa pior que isso!Hoje estou me esforçando para ver as coisas ruins desse aparelho que eu odeio.
Ser acordado pelo telefone um dia depois daquela entrevista que você fez para o emprego que tanto sonha.Ah, não tem coisa pior...Você levanta correndo para mostrar serviço antes mesmo de ser contratado, aí atende ofegante mostrando que estava dormindo e invertendo a impressão que queria dar;e do outro lado alguém diz:
-Filho...apaga o fogo do feijão que eu vou demorar...
E você volta triste para o seu quarto e ainda não pode dormir por causa do feijão.
Ah não queria terminar asim e acabei lembrando da distância que o telefone nos coloca das pessoas...Isso já foi dito muitas vezes mas ninguém consegue medir esse impacto.
Trocar o dinheiro da pasaagem do ônibus pra ver um velho amigo, ou da cerveja que ia tornar o papo mais alegre, por dois minutos no celular onde metade é perdido dizendo "ois" e "tchaus".
Essa distância se tornou o mais longe possível quando fui mais uma vez acordado pelo maldito telefone, e ao atender junto com minha mãe-aniversariante do dia-recebi a notícia da morte da minha avó.
É talvez por isso que não goste de telefone, ele não tem ombros pra se apoiar, mão spra se apertar, nem boca pra se beijar.
E talvez a menor distância seja entre um toque e outro...
Marcelino
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Eu e você
Mas não são de gente
Eu ouço um martelar de braços... mecânicos
Eu vejo crescer a produção...
De pobres e desempregados
Eu vejo crescer o número...
De assassinatos oceânicos
Eu vejo o cair da noite
Eu vejo o cair do céu
E eu vejo tudo isso
Do meu quarto de hotel
Eu vejo crescer contrários
Eu mando crescer a repressão
Eu posso comprar otários
E cada um vira mais um peão
Você nada pode fazer
Tira o corpo fora
E deixa acontecer
Você fala em solução
Mas Deus já se cansou
Ta na hora da ação
Isso te incomoda
Mas hoje em dia é moda só reclamar
Então você reclama porque sabe que
Na cama ainda pode gozar
E enquanto você descansa
Eu preparo uma dança
Da qual você ainda vai dançar
E no outro dia você levanta
Vê que o galo não canta
E quando olha na rua
Acha estranho tanta gente não estar mais aqui
Marcelino
Para alguém especial
parabéns
Te amo
Poema dedicado pra alguém muito especial pra mim!!!
Enxerguei nos seus olhos
Tudo que o mundo tem de bom a oferecer
Um verde esmeralda que me fez emudecer
Nem o brilho equivalente à duas libras esterlinas
Ofuscam a cor dos seus olhos e tua beleza feminina
E eu louco já sonhei que você era minha menina
Não há diamante equivalente que possa provocar
A paralisia momentânea do encontro com teu olhar
Teu modo leve e simples de falar e se expressar
É tão puro e magnífico que eu não consigo detalhar
Se eu pudesse descrever de alguma forma quando te vi qual foi o impacto
Seria como colocar as 7 maravilhas do mundo no mesmo porta-retrato
Cada qual em seu lugar como cenas de uma peça de teatro
Que ao juntar-se no final revelam o mais belo espetáculo
Sua voz com um tom mágico me agrada mesmo quando me ataca
E eu fico tentando descobrir como ter pra sempre comigo esta marca
Marcelino
terça-feira, 29 de maio de 2007
Amor em desconcerto
Tudo fica mais difícil, tudo perde a cor
Murcham as rosas, faltam palavras
E a vida perde calor
Quando se espera amor da pessoa errada
A vida fica mais cruel, fica mais complicada
Ninguém chega a unidade, não se tem mais uniões
Falta felicidade, sobram corações
Quando ninguém acredita em amar você
É um assassinato coletivo que não vão perceber
Todos perguntam onde está sua alegria
E qual a graça que há em sofrer
Quando quem sem ama não quer que você a ame
Diz que não quer que você sofra, que você se engane
Destrói toda estrada que você construiu
Congela seu coração e agua seu sangue
Quando alguém ama e não é amado
Só vê injustiça, se sente prejudicado
E a sua alma gêmea lhe torna azarado
Está na hora certa, mas no lugar errado
Todo amor perdido
É um poeta aprisionado
Num canto esquecido
Dum coração desocupado
Todo amor escondido
É um arranha-céu tombado
Sem sua potência
Um entulho amontoado
Todo amor incompreendido
É um filho abandonado
Procurando a mãe verdadeira
Vivendo infeliz adotado
Marcelino
A vida e o saber
Nada do que você sabe lhe será útil a vida toda
Mas tudo que você sabe lhe será útil em algum momento
Não menos inteligente que aquele que sabe tudo
É aquele que usa tudo que sabe
Tão importante quanto quem sabe como nos salvar
É aquele que sabe como evitar essa necessidade
Nunca será necessário saber de tudo, mas
Tudo que você souber será necessário
Quanto maior o saber
Mais próximo se está do fim da vida
Pois para saber
É preciso estudo e conhecimento que levam algum tempo
Portanto,
Não queira saber de tudo, pois quando souber.
Não haverá o que aprender, o que estudar.
E sua vida certamente chegará ao fim
Quem sabe nem haverá tempo de usar sua sabedoria
Para terminar
Tudo que sabes só lhe é útil,
Até o momento em que souber de coisas novas e mais complexas
E se esquecer que só aprendeu
Porque sabia o básico e útil pra desenvolver seu saber
domingo, 27 de maio de 2007
Lua de vidro
É o fato de eu não ser tão bom
A ponto de ser igual
Mas ser tão capaz
A ponto de criar algo novo
Há muito tempo que o vento não sopra a meu favor
Há muito tempo nada está a meu dispor
Há muito tempo o Sol não me traz mais calor
Mas mesmo assim me mantenho contente
Pois as coisas boas demoram pra acontecer
As melhores acontecem de repente
Se hoje sofro por algo que entreguei meu amor
E que na verdade não valia uma gota do meu suor
Agradeço porque sei que ainda há algo melhor
Fico feliz toda noite quando mesmo triste eu me deito
E agradeço pelo que consegui, mas durmo ainda insatisfeito
Pois essa força da vida que alimenta meu peito
Diz que quando tudo que se quer, se tem, se morre
E entregamos a morte nossa vida
Que é nosso maior direito
Se para muitos a morte ainda é um dilema
E para outros a vida ainda é um problema
A mim só uma coisa corrói
Quando devo terminar um poema?
Marcelino
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Não vou desacreditar
Porque o papai Noel não existe
Porque o final do filme é triste
Porque a guerra consiste
Mas eu não vou desacreditar
Eu não vou desacreditar
Porque a doença não tem cura
Porque a água não é pura
Porque o salário não dura
Mas eu não vou desacreditar
Eu não vou desacreditar
Porque minha única certeza é a morte
Porque eu não sou o mais forte
Porque a minha bússola não aponta o norte
Mas eu não vou desacreditar
Eu não vou desacreditar
Porque eu sei que existe salvação
Porque ainda bate no peito um coração
Porque podemos fazer uma modificação
Por isso eu não vou desacreditar
Marcelino
Vida eterna
Quero saber o que mais existe
Além dessa dor no coração
Não importa se ela não me quis
Eu quero mais é viver feliz
Vou viver com mais emoção
Tem gente por toda parte
É impossível que me falte
Por muito tempo uma paixão
Todo mundo se diz contente
Mas na verdade a maioria mente
Como podem ser feliz na solidão
Eu sei que não me basto
Hasteio no mais alto mastro
A bandeira da união
Até que a morte nos separe
É algo que pra mim não vale
Não quero que a felicidade acabe
Com essa triste intervenção
Eu que vivo sempre apaixonado
Não quero viver preocupado
Com o dia da extrema unção
Não quero saber eu vou a luta
Vou provar da melhor fruta
Antes que acabe a produção
Pois a vida é muito curta
E mesmo com uma boa conduta
Não existe prorrogação
E se você precisar de ajuda
Pra ver se sua vida muda
Estarei a disposição.
Marcelino
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Condecorações
Quero me encher de bactérias
Da preguiça e da satisfação
Sempre que a gente tem alguma conquista
Risca um objetivo da lista
E fica sorrindo satisfeito
Achando que tem uma medalha no peito
Qualquer um rala a semana inteira
Mas esquece de tudo quando chega a sexta-feira
E vai com os amigos pra uma mesa de bar
Um ambiente relaxante onde pode comemorar
Comemorar o quê?
Até agora a gente nada ganhou
Comemorar o quê?
Se tudo que eles nos deram a gente já pagou
Cada centavo que eu consigo guardar
Só ganha valor quando eu resolvo gastar
E sempre tem algo que eu tenho vontade de ter
Mas não posso comprar porque ele não vale o que valeu pra eu ter
Então eu fico sem nada parado na escada
E acabam minhas férias e eu na paupérria
Levanto e vou buscar a medalha
Que sumiu, sumiu, sumiu
E pra onde ninguém viu...
Marcelino
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Quem me dera
Como eu peço ai quem me dera
Que com um pássaro se entrega
E como navega um barco a vela
Deixar que o vento da vida me leve
Até o momento certo de dizer tudo que sinto por ela
Como eu quero ai quem me dera
Como eu peço ai quem me dera
Viver uma vida longa e bela
Se reunir todo dia pra comentar o que fiz ontem com a galera
Viver todo dia do casamento
Como o primeiro dia de paquera
Quem me dera como eu quero
Quem em dera como eu peço
Que todo mundo conseguisse ingresso
Pro que vai sobrar do mundo que a gente está criando
Que a lua fosse minha amiga e me desse acesso
Até aquele coração que se esconde me chamando
Quem me dera como eu peço
Quem me dera como eu quero
Ter a arte de Arnaldo e Grande Otelo
A beleza da Praça da Sé e o carisma do Cristo Redentor
E mais que isso, ter você aqui e compartilhar do teu amor.
Marcelino
terça-feira, 22 de maio de 2007
Espera
Esse poema é de uma amiga que pediu para que eu postasse aqui...
Espero que gostem.
Amanhã tem mais
Abraços
Ela conduz a noite,
Ela te guia até o luar...
Ela não é apenas,
Uma miragem no deserto,
Ela te ilumina com o olhar.
Ela cessará sua dor,
Te trará calma...
Sua vida,
É uma jóia sem brilho,
Mas seu jeito é o reflexo de sua alma.
E ela é livre,
Livre como seus sonhos...
Ela é livre,
E bela
Como pétalas de flores multicoloridas.
Ela espera um tipo de milagre,
Espera há tanto tempo...
... E espera um dia se salvar
Antes de se despedaçar no vento.
By Janaína
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Pena
Estou tentando reunir alguns amigos pra postar aqui, aos poucos o pessoal tá aceitando participar...
Por favor quem puder ajude a divulgar...
Desde já agradecemos
Abraços
Eu sinto pena
Porque você não é capaz
Está sempre com um pé atrás
Sem coragem de apostar
Eu sinto pena
Dessa sua mesmice
Dessa sua caretice
Parece que nunca vai mudar
Eu sinto pena
Da sua criatividade
Da sua visibilidade
Que você não sabe usar
Eu sinto pena
Da sua energia
Da sua garantia
Que você já soube conquistar
Eu sinto pena
De você ser tão barato
De você ser insensato
E uma pequena oferta te levar
Eu sinto pena
Da sua falta de autoconfiança
Da sua forma de criança
Aceitando tudo que vão te falar
Eu sinto pena
Do seu calendário
Está sempre sem horário
E nunca para pra relaxar
Eu sinto pena
Desse seu cansaço
Nunca rende um espaço
Pra alguém te enxergar
Eu sinto pena
Desse seu medo
Entrega todo segredo
Pra quem quer se aproveitar
Eu sinto pena
Porque você não consegue calar minha boca
Porque você não demonstra nenhuma força
E me deixa com razão
Marcelino
sábado, 19 de maio de 2007
Teatro de Cabriolés
Da destoada cantoria de públicos frios;
Aplaude-se ao rei de ninguém;
Um outrora cenário teatral repleto de vazios:
A marca de um tempo que não mais convém.
E de cantos e rodopios vive a colombina;
A espera de um Pierrot que se embriaga em versos;
Mas de todos os universos-seu amado desafina;
E desatina submerso a cantar a Colombina.
E no teatro espetacular, tragédia é bobagem;
Dentre os foliões de marchinhas, sibilas contente;
Algo que não se aguente, rameira alguma teria coragem;
E na bagagem do Teatro de cabriolés, está o coração da gente.
Porém dos versos curtos faz-se a peça do rei de ninguém;
Os aplausos fictícios voltam a soar;
E dentre todos que cá estiveram, só lhes resta um,porém;
O menino que ao maravilhar o teatro, sente-se no direito de sonhar.
E cá está o menino;
Que ao sentir o teatro ir-se de mar em mar,
Voltou a pensar na Colombina e no bêbado Pierrot a cantar;
Pôs-se à estrada ao dispor da arte;
Ele sou eu.
By Devair
Poema com continuação
E o pensamento controverso
De como ele surgiu
E a luneta também alinha o centro
E acerta o alinhamento do eixo principal
A caneta é até hoje um dos maiores inventos
Que transmite meus pensamentos
Pra uma folha de papel
E a caneta quando é feita com talento
É um dos mais belos movimentos
Tão lindo quanto um chapéu
O dinheiro ainda é um elemento
Que não tem explicação
Vai embora rápido e leve como o vento
Mas chega pesado e lento
Como a buzina de um caminhão
A poesia
Arte tão rara hoje em dia
É ainda quem diria
A mais bela e pura forma de expressão
E o poeta
Sempre em seu mundo isolado
Vive eternamente concentrado
A busca de inspiração
E quando se abre pro mundo afora
Numa cerveja que entorna
Cada vez mais fácil ele forma
Uma bela composição
E o homem todo dia em sua luta
Por uma vida mais sábia e culta
Esquece que a cultura
Vem com conhecimento
E o conhecimento com aproximação
E a janela que revela
No interior uma planície bela
Na minha casa um morro alto
Onde todo dia me falto
De tanta indagação
Eu pergunto ao meu colchão
Porque há uma busca nele pela perfeição
Será que é porque a vida não está num compasso perfeito
Então eu quero ser perfeito quando me deito
Pra poder olhar pela janela
Pegar minha luneta
Sentar no meu colchão
Empunhar a caneta
Pra buscar inspiração
Fingir-me um poeta
Tentar fazer dinheiro
E acordar na hora que a poesia quase veio
Mas parou
Pelo barulho do caminhão
Que saiu daquele morro alto e feio
Ah se a planície fosse à forma perfeita de terreno
Eu viveria em eterno devaneio
Mas com meu conhecimento pequeno
Logo cairia num momento de repetição
E terminaria meu último poema como esse
Sem saber o que dizer pra não repetir
Tudo aquilo que eu já disse
Marcelino
Garantia
Descubro que você já pensa em alguém
Toda vez que eu quero você
Descubro que outro já te tem
Não garanto que eu sou quem mais vai te fazer feliz
Não garanto que comigo você vai se sentir bem
Mas na vida a gente tá sempre a apostar
E o que a gente mais deseja sempre termina com amém
Toda vez que olho pra você
Percebo que você olha pra um lado qualquer
Toda vez me aproximo de você
Percebo que não é tão perto que você me quer
Não te garanto que pra sempre vou te amar
Não te garanto que todo dia vou te reconquistar
Mas se eu soubesse o que os céus reservam pra mim
A vida perderia a graça num estopim
Toda vez que quero te ver
Você está vendo algo mais legal
Toda vez que quero dizer algo pra você
Você me diz que não quer ouvir nada muito banal
Não garanto que você vai gostar do que vou dizer
Não te garanto que vou dizer só pra você
Mas se você garantir que não mente
Quando diz que também pensou isso de mim
Eu garanto que a vida
Vai nos dar uma felicidade sem fim
Marcelino
Ser feliz
Na terra prometida
Tanto amor prometido
Numa terra perdida
Tanto combustível gasto
Pra se viver a vida
Tanta vida gasta pra se fazer gasolina
Tanto ouro gasto pra se fazer um colar
Tanto colar gasto pra poder amar
Tanto amor desperdiçado pra ser feliz
Tanta felicidade fingida com quem nunca se quis
Ser feliz Ser feliz
Tanta inteligência gasta pra se conhecer
Tanto conhecimento pra se evoluir
Tanta evolução feita pra se destruir
Tanta destruição feita pra ser feliz
Ser feliz Ser feliz
Tanta proparoxítona pra se acentuar
Tanto assento pra se sentar
Tanta gente sentada pra decidir
Como a gente vai ser feliz
Ser feliz Ser feliz
Marcelino
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Tempo ao tempo
O tempo tem o tempo certo
Dê tempo ao tempo
E tudo será descoberto
Dê tempo ao tempo
E céu sempre estará aberto
Dê tempo ao tempo
E o tempo cuidará do resto
O relógio só anda pra frente
E a velocidade embora pareça nunca é diferente
Mas se todo mundo sempre quer o contrário
Por que tanto preconceito com o sentido anti-horário
Quando acharam necessário
Criaram a marcha ré
Mas a observação pra usá-la no tempo
Esuqeceram de anotar no rodapé
O homem é o único culpado
Por criar sua necessidades
Mas tudo que ele cria fica tão chato
Depois de uma certa idade
Andar, brincar, trabalhar, se aposentar
Tudo isso ele busca com ansiedade
Mas quando consegue só pensa em voltar...
Será que essa viagem no tempo
Não nos tiraria a memória
E nós escreveríamos do mesmo jeito a história?
Se uma chance de voltar me fosse dada por um momento
Faria duas vezes tudo aquilo que já fiz
Sem nenhum ressentimento
O homem só viverá com felicidade e sem tormento
Quando o relógio da vida
For à prova d'água e do tempo
Marcelino
Fuga pessoal
Por que tanta gente se pergunta
E pouca gente vai à luta
Corre atrás pra conseguir o que quer
Por que pouca gente que batalha
A maioria joga a toalha e diz
Que não consegue porque o destino não quer
Por que tanta gente se confunde
E diz que a vida é tão rude
E nunca tem chance de se realizar
Mas não entende que uma prece
É como uma nuvem de poeira
Que se pequena o vento pode até carregar
Mas se o desejo é grande
Essa nuvem se expande
Vira uma pedra que a gente tem que carregar
E cada dia uma trombada
E ela fica mais pesada
Mas a gente nunca pode dela largar
Por que pouca gente acorda cedo
Espanta o frio afasta o medo
Encontra um lugar pra sua pedra deixar
Por que pouca gente sabe
Que a sorte é a capacidade
De saber aproveitar as oportunidades
Que a gente mesmo vai criar
E que só vem com a nossa luta
Por uma vida mais justa
Onde a gente só tem a ganhar!!!
Marcelino
Primeira postagem ouvindo Mutantes...não podia ser melhor