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Não é fácil compreender o que é ser professor! |
Hoje, depois de ter entregue e receber a aprovação ao último
trabalho exigido para minha formação, posso dizer – com o orgulho que me traz
esse direito – que sou um professor. Mais um soldado do exército da educação.
Mais um, entre tantos outros homens e mulheres, que dedicará sua vida a
conceder a liberdade a outras pessoas. Pois se uma revolução social pode trazer
a libertação social, somente a educação pode trazer a libertação individual. Só
a educação pode levar o indivíduo ao conhecimento e à sua autonomia para
compreender o que ele é.
Foram quatro anos de esforço. Faço questão de não usar o
termo “sofrimento”. Pois não foram quatro anos de sofrimento. Se, em algum
momento eu exigisse – ou tenha exigido, quando ainda não era capaz de
compreender esse erro – que os professores me facilitassem o caminho até minha
formação, ou que amigos me favorecessem nas tarefas que me levariam ao
orgulhoso título de professor, eu estaria sendo submisso à ignorância. Estaria
renunciando ao conhecimento e abdicando do direito de me considerar o mais
honroso dos profissionais. Estaria sujando minha própria história e deixando de
ser digno de me tornar professor.
Não digo que tal coisa não possa ter acontecido. É permitido
que um estudante – e recuso-me a usar o termo aluno, pois deriva de uma
expressão do latim que significa “sem luz” – cometa erros, para isso servem as
avaliações e a habilidade corretiva do professor. Mas o erro de querer
tornar-se um professor por caminhos mais fáceis é um erro que o estudante deve
reconhecer e abandonar em um momento da sua formação. E é esse momento que faz
com que ele deixe de ser um estudante para tornar-se professor.